M. era uma menina machucada. Sua dor vinha do filho que não tinha...
Explicarei melhor.
M. nunca teve vergonha de andar na rua, sempre alegre pelo mundo, porém quando M. começou a engordar percebeu que apenas uma parte de seu corpo crescia, sua barriga.
A pernas finas, o ceio grande (que sempre teve), os braços meio grossos, a barriga oval, grande e pra frente.
Logo vieram as perguntas:
- pra quando é o bebê?
- por que tu não entra na fila das gestantes?
- é menino ou menina?
- ah, tu és a grávida do andar?
M. convive com esses cometários a 6 anos, todos à tratam como A grávida, e ficam feliz pois ela vai ser mãe.
M. volta para casa e chora, sabe que não carrega um filho. É seu corpo deformado de tantos mal tratos que cometeu a si mesma.
M. se entristece e fica com medo de sair na rua.
M. perde as esperanças e pensa que assim é difícil viver.
M. vê uma foto de quando era criança, magrinha e feliz. M. decide tentar e encarar o mundo.
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